A peça é estrelada por Sergio Marone e Juliana Martins

Versão teatral de ‘Eu te amo’, de Arnaldo Jabor, chega aos palcos do TNI no próximo domingo (17)

março 10, 2024 /

O espetáculo “Eu te amo”, texto de Arnaldo Jabor, vai ser encenado no próximo domingo, dia 17 de março, no Teatro Nova Iguaçu, às 19h. Os ingressos variam de R$ 45, a meia-entrada (mulheres pagam meia) a R$ 90, a inteira, e podem ser comprados pela internet – no site Ingressos Digital -, ou na própria bilheteria do teatro. Na compra online é cobrado uma taxa administrativa.

A obra, que ganhou versão premiada no cinema em 1981, foi adaptada para os palcos pelo próprio autor. A direção é de Rosane Svartman, Lírio Ferreira e Léo Gama, que atuam também no audiovisual, e conta com atuação de Juliana Martins e Sérgio Marone.

O espetáculo conta a história do casal Paulo e Maria. Os dois se conheceram pela internet em um momento de decepção com as relações amorosas e profissionais. A história expõe a vida íntima de um casal, com suas diferenças e questionamentos afetivos. A montagem aborda sentimentos como atração, entusiasmo, volúpia e abandono afetivo, com uma pitada de humor.

Escrito há mais de 40 anos, o texto de Arnaldo traduz uma angústia social marcada pela época da criação, mas visionariamente atual. A maior prova é que a releitura feita para o teatro mantém a essência contemporânea do enredo, com pequenos ajustes temporais.

De acordo com O Correio Brasiliense, Rosane Svartman afirma que o coração do texto permanece atual, com retoques em apenas algumas frases que ficaram anacrônicas. “O Jabor deu liberdade para a atualização do texto, mas cerca de 90% não sofreu mudanças. A gente conseguiu manter o frescor de uma obra que falou de acordo com o tempo em que foi concebida”, garante ela.

Encontro modernizado

Na história, um casal se aproxima fingindo que são outras pessoas. Nesta formatação teatral, o encontro entre os personagens se dá por meio de um aplicativo de relacionamento, uma ferramenta que moderniza a narrativa ao passo em que mostra como segue atual a premissa de indivíduos que fingem ser o que não são. O interessante é observar que, embora seja um tema polêmico e politicamente incorreto, o machismo estrutural tão presente na sociedade e visto como comum em décadas passadas não sofreu censura na adaptação. Ainda que demonstrando incômodo, amenizado por um contexto mais nostálgico.

“A montagem era mais densa, mais pesada, mas trouxemos uma leveza, uma possibilidade de rir de si mesmo. Tentamos buscar uma desconstrução dessa masculinidade tóxica, fazendo com que o personagem se torne um pouco boçal”, avalia o ator Sérgio Marone, intérprete de Paulo. Para ele, o foco do espetáculo é valorizar o que é robusto em qualquer período, como o amor, o desejo, o tesão e o medo. “O público se identifica, é provocado com boas reflexões pelo humor ácido do Jabor”, defende.

Amores líquidos

Produtora e protagonista da peça desde 2010, Juliana Martins conta que a sociedade mudou, então o público chega para assistir com essa leitura diferente. “Hoje, a minha personagem (Maria) reproduz uma fala da versão do cinema, quando ela começa a narrativa dizendo que quer dar para o primeiro babaca que aparecer. Ela fala isso sem ser julgada, mas também sem levantar bandeiras explícitas. É leve”, explica a atriz.

Juliana também ressalta a importância de abordar relacionamentos, “estamos vivendo uma época efêmera, de amores líquidos, onde as pessoas têm inúmeras possibilidades de encontros via aplicativos e muitas vezes não consolidam uma relação afetiva. A peça fala sobre o desejo momentâneo, a falta de amor e a rejeição”, relata.

O Teatro Nova Iguaçu fica na Rua Cel. Bernardino de Melo, 1081, no Caonze.

 

*Com informações do Correio Brasiliense

Aloma Carvalho