Profissionais de Educação Física debatem projeto de lei das academias em condomínios

novembro 9, 2019 /

O Nova Iguassu Online – de olho na Baixada decidiu ouvir as opiniões dos profissionais de Educação Física, como a de Carine Rocha ( foto acima) e de vários colegas dela, e de outras pessoas da região sobre o projeto de lei  que, se aprovado, determinará que os treinamentos físicos direcionados e orientados realizados em academias de condomínios residenciais deverão ser orientados por profissionais de Educação Física devidamente registrados. A proposta, contida no projeto de lei 991/19, dos deputados Coronel Salema (PSL) e Alexandre Freitas (Novo),  está na pauta das matérias que a Assembléia Legislativa do Rio votará na próxima terça-feira (12/11).

Quando não houver esses tipos de treinamento, as academias dos condomínios podem ser usadas pelos moradores, independente da presença de profissionais de educação física. O texto ainda determina que os equipamentos dos espaços contem com manutenção periódica. Em caso de descumprimento, será aplicada uma multa de cerca de R$ 3.420,00 e caberá ao Executivo regulamentar a fiscalização da medida, não podendo delegar a responsabilidade a entidades privadas.

A medida revoga a Lei 8.070/18, que já determinava a obrigatoriedade da presença dos profissionais nesses espaços.No entanto, atribuía responsabilidades ao Conselho Regional de Educação Física da 1ª Região (CREF1) , que engloba os estados do Rio e Espírito Santo. “A lei que se pretende revogar apresenta aspectos relevantes de inconstitucionalidade, pois invade competência legislativa privativa da União Federal, quando legisla sobre a ‘organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões’, prevista na Constituição Federal”, justificam os autores.

O que dizem os profissionais

Luis Carlos Pereira, 37 anos, Professor de Educação Física, com pós Graduação em Reabilitação Cardíaca e MBA em Gestão de Negócios.
Proprietário da E SAÚDE Consultoria, especializada em Gestão de Saúde Corporativa:

 

 

– Praticar atividades físicas de forma inadequada pode gerar uma série de problemas.
A orientação por parte de um profissional de Educação Física irá diminuir possíveis riscos de lesões além de aumentar sua produtividade e performance durante os treinos.

Márcio Aurélio Geraldo, professor de Educação Física há 18 anos , trabalha na área de fitness:

 

 

– Se for para melhoria dos moradores do condomínio, todos tem que estar de acordo com a inclusão, já que implicaria no aumento da taxa de condomínio para arcar com despesas com o profissional. Cabe ao condomínio decidir o que é melhor para todos os moradores. Sou contra obrigar o morador a ter mais despesas e não vejo necessidade desta lei.

Carine Rocha, formada há sete anos em licenciatura e bacharel em Educação Física, tem especialidade  em obesidade e emagrecimento, lesões e hipertrofia:

 

– Acredito que seja uma segurança maior para os moradores, sendo também um incentivo maior, pois haverá um profissional para realizar periodizações e orientar a forma correta de se executar o exercício,  o que mais vejo são  pessoas realizando movimentos com execução errada, que podem ser prejudiciais.

 

Eduardo Gonçalves,  um liberal conservador, foi vice-prefeito de Nova Iguaçu ( de 1997 a 2000), formado em Direito pela Unig, tem especialização na Escola de Políticas Públicas e Governo da UFRJ:

 

Entendo que as academias de condomínio são complementares. Caso alguma pessoa queira fazer algum treinamento mais específico, ela que contrate um personal habilitado e capacitado de acordo com o que ela pretende.
O condomínio contratar profissional de Educação Física perde até o objetivo pois criar leis para gerir e regular, em excesso as profissões, já está mais do provado que só produz desemprego e inviabiliza esse ambiente que na verdade serve para o lazer e a busca de uma vida mais saudável.