Nessa quinta-feira (17-08), às 18h30, a ABI vai receber, no auditório do 9º andar, o show especial em homenagem aos 90 anos (em memória) de Monarco, que foi contínuo da ABI, e era o líder da Velha Guarda da Portela, falecido em dezembro de 2021, aos 88 anos, por complicações em uma cirurgia de intestino. A entrada é franca.

O show será presencial, no auditório do 9º andar da ABI, e também será transmitido ao vivo pela canal ABITV no YouTube.

Organizado pelo ex-presidente da Portela e diretor cultural da Liesa e da Fenasamba, Luiz Carlos Magalhães, pela pesquisadora da Música Popular Brasileira, Marília Trindade Barbosa, por Olinda, viúva de Monarco, e um grupo de amigos do compositor portelense, o show terá a direção musical de Mauro Diniz, filho de Monarco, e de Paulão 7 Cordas, com apresentação de Haroldo Costa, e a participação já confirmada da Velha Guarda da Portela, Mauro Diniz, Marquinhos Diniz, Wanderley Monteiro, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Leo Russo, Nilze Carvalho, Dorina, Thania Machado, Tuco Peregrino,Toninho Geraes, Didu Nogueira, Paulinha, João Matheus, Samir Trindade, Eliane Farias, Iracema Monteiro, Dunga, Ernesto Pires, Pedro Paulo Malta, Gilsinho, Felipe, Família Roitman, Filhos da Águia, entre outros.

Monarco foi considerado uma das vozes mais importantes do samba e tem uma carreira musical muito respeitada. Ele foi compositor de diversas músicas memoráveis, muitas delas com um foco especial em questões sociais e culturais.

O GUARDIÃO DA MEMÓRIA

Hildemar Diniz, o Monarco (RJ, 1933- RJ, 2021), líder da Velha Guarda da Portela, tinha muitos amigos. Como todo menino afrodescendente e pobre, procurou emprego desde muito cedo e, aos 15 anos, conseguiu o primeiro, com carteira assinada, na Associação Brasileira de Imprensa – a ABI. Como office boy, preparava a mesa de bilhar para o maestro Villa-Lobos jogar.

Filho de poeta, muito cedo descobriu a vocação de compositor, tendo composto aos 11 anos, o samba ” Retumbante Vitoria”, cantado pela Portela.

Em 1950, pelas mãos do legendário Natal, entrou para a estrelada Ala de Compositores da Portela.

Em 1970, o disco “Portela, Passado de Glória”, organizado por Paulinho da Viola, trouxe à luz a alta qualidade da música da Velha Guarda Show da escola da Águia e a obra de Monarco penetrou o Brasil Oficial.

Suas composições LENÇO (parceria com Chico Santana), PASSADO DE GLÓRIA; QUITANDEIRO ( com Paulo da Portela); O PASSADO DA PORTELA e dezenas de outras , culminando com VAI VADIAR e CORAÇÃO EM DESALINHO (ambas com o parceiro Ratinho) interpretadas por Zeca Pagodinho, o levaram às paradas de sucesso.

Chegou ao mercado japonês, pelas mãos de Katsunori Tanaka, e realizou centenas de shows, com sumidades do samba, como Ivone Lara, Wilson Moreira, Cristina Buarque, Elton Medeiros, entre outros, nos quais foi reconhecida a qualidade e as características únicas de sua voz e sua interpretação.

Homem de finíssimo trato, educadissimo, humilde e generoso, gerou uma família de artistas e alcançou plena felicidade ao lado de sua companheira Olinda, a motivadora deste show que, sem qualquer tipo de patrocínio, apenas pelo esforço e reconhecimento desses amigos, chega até seus fãs, com entrada franca.

Na casa que ele tanto amava, a ABI, para, juntos, do jeito que ele gostava, brindarmos, “in memoriam”, o seu 90° aniversário.